Eleições nos EUA e a economia europeia
As recentes eleições norte-americanas poderão trazer implicações significativas para a economia europeia. No imediato, valorizaram o dólar, face ao euro e animaram os principais mercados bolsistas globais. A médio prazo, estes resultados podem influenciar o ambiente regulatório e protecionista nas relações comerciais entre a União Europeia e os Estados Unidos.
A abordagem do presidente recém-eleito em relação a temas como o comércio, a tecnologia e a política externa pode moldar o clima económico na Europa nos próximos anos.
Poderá registar-se um cenário de continuidade de políticas focadas em cooperação e investimento em tecnologia, como defendido pelo Partido Democrata, o que poderia impulsionar a parceria EUA-UE em questões regulatórias e tecnológicas, beneficiando a digitalização e alinhando-a com abordagens sobre, por exemplo, inteligência artificial. Este cenário ajudaria a reduzir barreiras para empresas europeias que dependem de tecnologia americana. Facilitaria, ainda, um ambiente comercial mais cooperativo.
Por outro lado, uma administração com visão protecionista, como a recém-eleita de Donald Trump, poderá aumentar impostos e taxas sobre produtos europeus e enfraquecer alianças económicas. Cenário que, potencialmente, criará maiores desafios para a exportação europeia e limitará o espaço de colaboração no setor tecnológico, podendo impactar outros setores cruciais, como o automóvel e o agrícola, além de incentivar a UE a aumentar sua independência em relação à China e aos EUA.
O fortalecimento da posição de independência europeia será vital para melhor negociar com os EUA, focando-se numa agenda de livre-comércio e inovação tecnológica para contrabalançar as incertezas transatlânticas.